"...tornar-se um professor crítico se (...) fala de suas leituras quase como se estivesse recitando-as de memória - não percebe, quando realmente existe, nenhuma relação entre o que leu e o que vem ocorrendo no seu país, na sua cidade, no seu bairro."
Paulo Freire

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

MEMORIAL

A EDUCAÇÃO INFANTIL EM MINHA VIDA

Quando eu era bebê,
Eu era assim, eu era assim...
Não fizeram parte da minha vida,
O berçário e o maternal,
Pois minha vovó era quem cuidava de mim.
Quando eu era menina,
Eu era assim, eu era assim...
Fiz a pré-escola num lugar
Que ficava pertinho da minha casa,
Lá em Ceilândia;
Tenho uma boa imagem dessa época,
Da professora, dos amigos,
E do que foi ensinado.
Quando eu era mocinha,
Eu era assim, eu era assim...
Tinha muitos sonhos,
E um deles era ser professora.
Quando eu era mulher,
Eu era assim, eu era assim...
Tornei-me professora
Ao mesmo tempo em que me tornei mãe;
Passei por várias experiências na educação,
Mas a que mais me fez feliz,
Foi e é, a Educação Infantil;
A primeira experiência foi em 1996,
Numa escola da zona rural de Brazlândia,
Com alunos de 4,5 e 6 anos, todos juntos,
Como aprendi com aquelas crianças!
No ano de 1999, minha enteada,
Estudou numa escola...
Que parecia um mundo cheio de encantos,
Como ela gostava daquele lugar
E como eu sonhava em trabalhar lá!
Os anos se passaram...
E só voltei a Educação Infantil no ano de 2004,
De lá prá cá, nunca mais abandonei.
Sabe onde fui trabalhar?
No mundo encantado da minha enteada!
Trabalho no Centro de Educação Infantil
Do Núcleo Bandeirante, desde então.
Já trabalhei com 1º e 2º períodos
E hoje estou na coordenação pedagógica da escola.
Quantas coisas vivenciei...
E ainda tenho muito para viver.
Quando eu era velhinha,
Eu era assim, eu era assim...
Bem, esse tempo ainda não chegou
E ainda vai demorar a chegar;
E acredito que a minha relação com a Educação Infantil nessa época,
Será curtir a educação dos meus netinhos...
E quem sabe...
Continuar a contribuir com os meus conhecimentos
Para a educação de crianças tão pequenas
E ao mesmo tempo tão grandes,
No seu jeito simples de ver o mundo. 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

NOVO CURRÍCULO DO DISTRITO FEDERAL

            A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, por meio da Subsecretaria da Educação Básica, instituiu no ano de 2008, cinco comissões para rever o currículo, principalmente, em relação à legislação vigente, e apresentar, antes do final do ano de 2010, uma versão experimental para ser desenvolvida no ano letivo de 2011. Reportagem: Ascom – SEEDF
            O novo Currículo da Educação Básica da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal - versão experimental - foi lançado em dezembro de 2010. As escolas tiveram contato com o documento através de mídia digital e posteriormente, será enviado a cada instituição educacional o documento impresso.
            O interessante é que cada escola possa disponibilizar o material ao professor e que o currículo seja um objeto de estudo nas coordenações coletivas, para que todos possam se apropriar do mesmo. É importante analisar, avaliar e dar sugestões. Como o próprio nome indica, o novo currículo é de cunho experimental para o ano de 2011, podendo ser implantado definitivamente no ano de 2012.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Educação Infantil: ainda longe das metas

Mario Kanno
Frequência na creche e pré-escola
Fontes: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 1998 a 2009
A taxa de escolarização das crianças brasileiras de até 5 anos cresceu 2% entre 2008 e 2009, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (veja o gráfico acima). O Brasil está longe de alcançar as metas do Plano Nacional da Educação (PNE) nesse segmento : atender 50% das crianças de até 3 anos e 80% das de até 5 anos. Enquanto a pré-escola atinge pouco mais de 79% da clientela, as creches estão disponíveis para cerca de 23%. É nesse nível que a desigualdade fica mais clara, já que a população de baixa renda não tem recursos para pagar pelo serviço e a oferta pública é baixa. "A creche faz uma grande diferença para as crianças das classes mais baixas", diz Ruben Klein, consultor da Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro.

Fonte: Nova Escola, nº 236 outubro de 2010


O Plano Nacional de Educação para a última década previa números limitados, pois nem para a pré-escola como para a creche era previsto universalidade. Mesmo com limitação não se conseguiu alcançar a meta prevista. Estudos comprovam a importância do atendimento da Educação Infantil para o desenvolvimento da criança, talvez se tivesse mais compromisso e investimentos na base da educação, eventuais problemas futuros pudessem ser evitados na formação do educando. Como a história demonstra, com essa postura, o maior prejudicado é a população de baixa renda, que não tem como pagar para que seus filhos entrem na escola na idade ideal. 

domingo, 20 de fevereiro de 2011

TEXTO: Histórias da educação infantil brasileira, de Moysés Kuhlmann Jr.

QUESTÃO SOBRE O TEXTO:

Leia a frase abaixo e explique como se deu a luta pela Educação Infantil:
“A luta pela pré-escola pública, democrática e popular se confundia com a luta pela transformação política e social mais ampla.”

RESPOSTA:

A Educação Infantil não surgiu da visão de luta por qualidade de ensino e sim de assistencialismo, como um meio de amenizar os impactos da pobreza de boa parte da população brasileira e controlar o seu comportamento na sociedade, como cita o texto:

“A concepção da assistência científica, formulada no início do século XX, (...) já previa que o atendimento a pobreza não deveria ser feito com grandes investimentos. A educação assistencialista promovia uma pedagogia de submissão, que pretendia preparar os pobres para aceitar a exploração social.” (Kuhlmann, 2000, p. 8).

Dando continuidade:

“Após se dar conta da despercebida pobreza nacional, o remédio proposto (...) é a criação de novas vagas para as crianças de 0 a 6 anos, “a baixo custo”, nas creches Casulo.” (Kuhlmann, 2000, p. 10).

E também:

“Para os pobres, a creche seria um meio para promover a organização familiar.” (Kuhlmann, 2000, p. 12).

E ainda não surgiu da visão de um direito da criança, mas como um direito da família ou de acordo como os movimentos feministas, um direito da mulher (da mãe). De acordo com o texto:

“As idéias socialistas e feministas, nesse caso, redirecionavam a questão do atendimento (...) a educação da criança em equipamentos coletivos, como uma forma de se garantir às mães o direito ao trabalho.” (Kuhlmann, 2000, p. 11).

Talvez por isso, ainda hoje, exista confusão entre a família dos alunos acerca da função da Educação Infantil. Muitos vêem esse espaço como um lugar para se deixar a criança enquanto eles saem para o trabalho, ou ainda, não demonstram preocupação com o que está sendo ensinado às crianças e apenas enxergam a parte do cuidado da Educação Infantil.
A partir da década de 80 do século XX, passou a existir uma luta em devesa do caráter educacional das creches e da pré-escola, e com visão nas necessidades das crianças. E somente em 1996, com a LDB “a legislação nacional passa a reconhecer que as creches e pré-escolas, para crianças de 0 a 6 anos, são parte do sistema educacional, primeira etapa da educação básica.” (Kuhlmann, 2000, p. 6).

LINHA DO TEMPO

De acordo com o texto de Kuhlmann, a escrita da história recente X a narrativa do passado mais distante - são os pólos em que se produzem as reflexões sobre a trajetória das instituições de educação infantil brasileira. Desse modo, é interessante observar o seu texto traçando uma linha do tempo:

Em 1840 – Froebel funda o jardim de infância, na Alemanha.
Em 1870 – a creche é implantada no Brasil.
Passagem do século XIX ao XX – creches, escolas maternais e jardins de infância foram propagados a partir dos países europeus centrais, durante a Era dos Impérios. No Brasil, vive-se nesse período o deslocamento da influência européia para os EUA. Associava-se a data da descoberta do Novo Mundo com a infância, que deveria ser educada segundo o espírito americano.
Início do século XX – é formulada a concepção da assistência científica, em consonância com as propostas das instituições de educação popular, já previa que o atendimento da pobreza não deveria ser feito com grandes investimentos.
Em 1920 – no estado de São Paulo, a legislação previa a instalação de Escolas Maternais, com a finalidade de prestar cuidados aos filhos de operários, preferencialmente junto às fábricas que oferecesse local e alimento para as crianças. As poucas empresas que se propunham a atender os filhos de suas trabalhadoras o faziam desde o berçário, ocupando-se também da instalação de creches.
Em 1922 – criação do Dia da Criança, no Rio de Janeiro, por influência norte-americana. Ocorreu o 1º Congresso Brasileiro de Proteção à Infância.
Em 1932 – a legislação trabalhista previa creches nos estabelecimentos em que trabalhassem 30 ou mais mulheres.
Em 1933 – é criado em Teresina, no Piauí o 1º jardim oficial, com os objetivos de propiciar desenvolvimento artístico da criança de 4 a 6 anos de idade e de “servir de tirocínio às futuras professoras” da Escola Normal Antonio Freire. É realizada a Conferência Nacional de Proteção à Infância, no Rio de Janeiro, quando Anísio Teixeira enfatizou a importância de a criança pré-escolar ser vista não apenas sob o ângulo da saúde física, pois seu crescimento, seu desenvolvimento e a formação de seus hábitos envolveriam “facetas pedagógicas como habilidades mentais, socialização e importância dos brinquedos”.
Em 1935 – uma nova instituição, o parque infantil, começa a se estruturar no município de São Paulo, vinculada ao recém-criado Departamento de Cultura (DC), com a proposta de receber no mesmo espaço as crianças de 3 ou 4 a 6 anos e as de 7 a 12, fora do horário escolar.
Em 1939 – é criado o Instituto Técnico para formação de professoras pré-primárias.
Em 1940 – cria-se o Departamento Nacional da Criança (DNCr), encarregado de estabelecer normas para o funcionamento das creches, promovendo a publicação de livros e artigos.
Década de 1940 – há a criação dos jardins de infância, inspirados em Froebel e localizados em praças públicas, para atendimento de crianças de 4 a 6 anos, em meio turno. O parque infantil expande-se para outras localidades do país.
Em 1942 – o DNCr projeta uma instituição que reuniria todos os estabelecimentos em um só: a Casa da Criança. Em um grande prédio seria agrupada a creche, a escola maternal, o jardim de infância, a escola primária, o parque infantil, o posto de puericultura e, possivelmente, um abrigo provisório para menores abandonados, além de um clube agrícola, para o ensino do uso da terra.
Em 1949 – começa o Curso de Especialização em Educação Pré-Primária, no IERJ, reconhecido inicialmente como pós-normal e posteriormente como curso superior.
Em 1953 – é desmembrado o Ministério da Educação e da Saúde.
Em 1957 – é elaborada uma Escala do Desenvolvimento Físico, Psicológico e Social da Criança Brasileira, inspirada em estudo da professora Helena Antipoff, da Sociedade Pestalozzi.
Em 1965 – o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) promoveu a Conferência Latino-Americana sobre a Infância e a Juventude no Desenvolvimento Nacional, já trazia a idéia de simplificar as exigências básicas para uma instituição educacional e implantar um modelo de baixo custo.
Em 1967 – o Plano de Assistência ao Pré-Escolar, do DNCr do Ministério da Saúde, órgão que entre outras atribuições, ocupava-se das creches, indica as igrejas de diferentes denominações para a implantação dos Centros de Recreação, propostos como programa de emergência para atender as crianças de 2 a 6 anos.
Em 1975 – o Ministério da Educação passa a se ocupar da educação pré-escolar, com o objetivo de resolver as altas taxas de reprovação no ensino de 1º grau.
Em 1977 – Projeto Casulo, publicado pela Legião Brasileira de Assistência (LBA), pretendia-se, como no início do século, que o programa viesse a desenvolver atividades paralelas de orientação familiar.
Em 1988 – promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil.
Década de 1990 – aparecem formulações sobre a educação infantil que passam a enfatizar a inseparabilidade dos aspectos do cuidado e da educação da criança pequena.
Em 1996 – é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


KUHLMANN JR. Moysés. Histórias da educação infantil brasileira, Revista Brasileira de Educação nº14 Campinas mai/agos. 2000

PENSAR SOBRE A DISCIPLINA: HISTÓRIA DA INFÂNCIA E POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

O nome da disciplina HISTÓRIA DA INFÂNCIA E POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL já traz uma idéia do que será vivência nesses poucos meses e isso é o que espero da disciplina, conhecer melhor a história da infância e das políticas públicas que foram construídas no Brasil com relação à Educação Infantil.
            Agora, o que a disciplina pode esperar de mim, é uma estudante aplicada, que tem sede pelo conhecimento e que se esforça em conquistar novos aprendizados. O meu perfil varia um pouco, às vezes gosto muito de falar e outras, participo da aula apenas refletindo  sobre os debates que estão se desenvolvendo. 
            Iremos estudar nos próximos meses sobre a infância e a criança, desse modo, é importante pensar qual é a visão inicial que tenho acerca dos dois conceitos. O que entendo por infância? E por criança? Acredito que infância seja o período da vida que corresponde do nascimento da criança até a puberdade; corresponde a um tempo real da vida de uma pessoa e esse tempo varia de acordo com os aspectos biológicos, psicológicos e emocionais de cada um. E que a definição de criança depende do aspecto social e histórico, houve um tempo em que a criança era vista como um adulto em miniatura, que vivenciava as mesmas coisas que os adultos; hoje, a criança é vista como um ser diferente do adulto, que possui necessidades próprias (de aspecto físico, motor, psicológico, emocional). Dessa forma, penso que o conceito de infância e criança, sejam distintos.
            Iremos estudar também sobre as políticas públicas e o que penso sobre o tema? Creio que estejam ligadas ao conjunto de ações desencadeadas pelo Estado, visando o bem da coletividade, e que a sociedade civil pode influenciar nessas ações e tomadas de decisões, através de organizações não-governamentais e de movimentos organizados.
            As políticas públicas que iremos estudar estarão voltadas a Educação Infantil, e o que penso acerca dessa modalidade de ensino? A Educação Infantil faz parte da primeira etapa da educação básica e está voltada a atender crianças de 0 à 5 anos de idade, com vistas a proporcionar a criança os eixos – educar e cuidar. Mas a Educação Infantil só chegou a esta concepção após várias mudanças na política pública com relação a sua visão e desenvolvimento.